Dando Close com o Label Nice & Deadly

musica eletronica brasilia

O Label de Brasília Nice & Deadly está no seu 6º lançamento e vem ganhando respeito e reconhecimento em todo o mundo eletrônico. Os responsáveis pelo selo, Stenio, Lorrayne Colares e Miguel Rassan conversaram com o TUNTISTUN e toparam participar desse quadro que estamos inaugurando chamado Dando um Close, onde faremos sempre 5 perguntas para conhecermos mais um tema.

TUNTISTUN: Como está sendo a experiência com o selo?

Nice & Deadly: Tem sido positiva, é muito bom trabalhar em algo que esteja rendendo frutos e ao mesmo tempo nos desafiando a sempre dar o nosso melhor. É um privilégio fazer parte desse projeto tão significativo e proporcionar mais visibilidade ao trabalho de artistas tão talentosos. Pretendemos expandir cada vez mais a atuação do selo para além dos lançamentos digitais, buscando estabelecer a Nice & Deadly como uma respeitada e diversa plataforma de divulgação artística.

TUNTISTUN: O selo é aberto a receber material de artistas, e se recebe, quais características de som/ estética vocês buscam?

Nice & Deadly: Com certeza estamos abertos a receber novos materiais, inclusive ampliamos o leque de sons no catálogo do selo para abraçar mais artistas. Inicialmente nos dedicamos a explorar a influência que a cultura soundsystem teve no desenvolvimento de vários gêneros da música eletrônica contemporânea e refletir sobre como uma mesma cultura sonora se desdobrou em inúmeras variações musicais drásticas. Um exemplo disso foi a febre de raves ilegais do Reino Unido nos anos 90, com faixas quase que totalmente baseadas em samples ilegais. A magia de samplear é que você pode usar qualquer som para criar música, e na época era um método mais rápido e acessível porque não exigia um conhecimento musical tão avançado no sentido mais tradicional. Isso é bem paralelo ao movimento punk por exemplo, do ponto de vista da democratização do processo musical, criando uma cena próspera e inclusiva onde qualquer pessoa pode participar. Inspirados nisso, queremos explorar esses limites, incorporando também as nossas próprias influências, e a partir daí o céu é o limite.

TUNTISTUN: O cenário caótico que vivemos facilita ou atrapalha a produção do selo?

A pandemia afetou cabulosamente o setor cultural como um todo, especialmente pelo cancelamento de eventos em decorrência da necessidade de evitar a aglomeração de pessoas. Enquanto outras atividades começam lentamente a retomar suas funções, os artistas talvez sejam os últimos que poderão voltar a atuar. A saudade de fazer eventos e poder tocar num sistema de som grande nos aflige demais! Então, desse ponto de vista isso atrapalhou bastante. Porém, esse cenário também serviu para redirecionar o nosso foco em outras atividades burocráticas que são igualmente importantes para o funcionamento do selo e isso acabou rendendo muitos frutos. Nesse período, por exemplo, fechamos um acordo de distribuição para lançar o nosso catálogo nas principais plataformas digitais, tivemos o prazer de participar de alguns festivais e transmissões online como as do Beco Elétrico, Masterplano, Rinse France, Internet Public Radio, Function FM, Veneno Live, entre outras, saímos em alguns portais como Resident Advisor, Analog Advisory, HouseMag, A-MIG, Alataj, deepbeep, etc, e já estamos com os futuros lançamentos (inclusive internacionais) agendados até o começo de 2022. Em breve soltaremos spoilers!

TUNTISTUN: O que vocês acham da aceitação da cidade ao som do selo?

Nos sentimos bem acolhidos aqui em Brasília, a galera sempre abraçou a proposta do selo e dá suporte pros lançamentos seja comprando as nossas camisetas, interagindo nas redes sociais, colando nos eventos, etc… A gente fica super feliz com isso, é um retorno proporcional ao nosso esforço e dedicação. Acreditamos no potencial artístico da nossa cidade e trabalhamos para colocar Brasília no mapa da música eletrônica mundial. No que depender da gente a rave tá garantida assim que a pandemia acabar!

TUNTISTUN: Digam um pouco pra galera o que vocês acham da cidade, o que precisa melhorar, o que é foda, essas coisas…

Brasília tem um potencial criativo surpreendente, é uma cidade super futurista e que proporciona experiências únicas. Temos muita admiração pela cena e pelos artistas locais. Nos últimos anos, a movimentação de coletivos independentes trouxe uma diversidade cultural que reflete uma representatividade identitária muito abrangente. A cada geração mantêm-se pontos de intersecção com as novas frentes abertas,  transformando e renovando essa metamorfose ambulante que é a cena da capital.

O que não temos ainda é um mercado muito fortalecido, no sentido de uma rede de suporte, em comparação com outros grandes centros urbanos. Se entendermos “cena” enquanto uma engrenagem, a união de cada elo é diretamente proporcional à força dessa corrente, e portanto ao bom funcionamento dessa cadeia produtiva. Mas isso é uma questão de tempo mesmo porque a cidade tem um solo muito fértil para a música eletrônica, basta observar a diversidade e a energia das festas por aqui. Podemos mencionar alguns coletivos que já fazem um trabalho incrível e que nos inspiram bastante, como o Beco Elétrico, BRUTA, Confronto Soundsystem, Crying Club, Espaço Vazio, Limbo, Megaton Dub, Rolê no Bosque, SNM, SUJXXX, Vapø_r, entre outros…

Escute o último lançamento do selo com o Data Assault

Escute toda a discografia do selo no: https://nicendeadly.bandcamp.com/

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Equipe TUNTISTUN

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