A História Definitiva do Tech House: Parte 2

A História Definitiva do Tech House: Parte 2

Ascensão nos Anos 90

No final dos anos 90, o Tech House começou a ganhar reconhecimento significativo no Reino Unido. Com figuras como Terry Francis ganhando prêmios e se tornando residente do clube Fabric, a cena do Tech House se consolidou como uma força central na cultura clubber britânica. Artistas e gravadoras, como Housey Doingz e a Pacific, começaram a produzir faixas que mesclavam os beats cativantes do House com a musicalidade sofisticada de Detroit, criando um som único e empolgante.

A influência dos EUA também veio forte no Tech House, com produtores como Charles Webster e Mood II Swing trazendo elementos do Deep House e do filtro-disco para o gênero. O Tech House da época caracterizava-se por uma mistura habilidosa de percussões altamente swingadas de Chicago e pads elegantes de Detroit, como demonstrado nas produções de Cajmere e Green Velvet.

Você pode acompanhar a história dos primeiros anos do tech house aqui: https://www.tuntistun.com.br/a-historia-do-tech-house-parte-1/

Inovação e Diversidade Musical

A Influência Americana e a Ascensão do West Coast Sound

No limiar do milênio, um novo capítulo se desenhava no universo do tech-house, marcado pela crescente influência dos produtores americanos e pelo florescimento do som tribal da Costa Oeste. Este período foi crucial na evolução do tech-house, moldando-o em algo que ressoaria profundamente na cena global.

O Surgimento do West Coast Sound

Grayhound e a Fusão de Estilos: Fundada em 1998, a gravadora Grayhound desempenhou um papel vital na criação de um som híbrido de house que se alinhava perfeitamente com o que acontecia no Reino Unido. Lançamentos como “Disco Glory” de DJ Garth e E.T.I. e “Open Sesame” de Crosstown Traffic exibiam uma mistura de percussão pesada e influências dub, estabelecendo um modelo para o emergente West Coast Sound.

DJ Garth e E.T.I

Crosstown Traffic

Percussão e Sensibilidade Abstrata: Caracterizado por camadas de congas, bongos, timbales e uma variedade de percussões, o West Coast Sound também incorporava uma sensibilidade abstrata e quebras marcadas por ruídos brancos intensos.

Expansão e Codificação do Tech-House nos EUA

Diversidade de Gravadoras e Artistas: Gravadoras como Tango Recordings, Detour, Nightshift, Red Melon e DoubleDown se destacaram por lançar músicas de artistas como Halo, Hipp-E, Onionz, Johnny Fiasco, Joeski e Chris Lum, todos percorrendo uma vibração tribal e obscura.

Popularidade e Simplificação: A popularidade deste som no início dos anos 2000, exemplificada por faixas como “Primitive” de Halo, levou a uma codificação do som tech-house. Este processo muitas vezes resultava na simplificação do gênero, onde a percussão tribal, linhas de baixo simples e ruídos brancos tornaram-se características comuns, às vezes em detrimento de elementos mais ecléticos do tech-house.

Halo

A transição para o novo milênio no mundo do tech-house foi marcada por uma sinergia entre inovação e consolidação. Enquanto os produtores americanos infundiam novas energias e texturas ao gênero, também ocorria uma certa padronização do som. Este período foi essencial para estabelecer o tech-house como um pilar fundamental da música eletrônica, preparando o terreno para sua expansão e diversificação nas décadas seguintes​

Halo Varga

O Tech House nos Anos 2000

Conforme o novo milênio se aproximava, o som do Tech House evoluiu ainda mais, influenciado pelo Minimal Techno e Electro House. Gravadoras como Get Physical Music lançaram faixas que fundiam percussões tribais com uma sensibilidade mais fria e destacada. O Tech House começou a adotar uma produção mais polida e refinada, exemplificada por artistas como M.A.N.D.Y. e John Tejada.

John Tejada

Crescimento e Popularização

Nos anos 2010, o Tech House alcançou novos patamares de popularidade, especialmente em Ibiza, onde clubes como Ushuaïa e Privilege adotaram o gênero. Gravadoras como Hot Creations de Jamie Jones e Lee Foss, e Toolroom de Mark Knight, se tornaram influentes, lançando faixas que definiam o som da época. O Tech House passou a incorporar vocais mais frequentemente, trazendo uma nova dimensão ao gênero.

Jamie Jones e Lee Foss

Consolidação e Evolução

Nos meados dos anos 2010, o Tech House continuou a se expandir globalmente, com produtores e gravadoras em toda a Europa contribuindo para o desenvolvimento do gênero. O som do Tech House tornou-se mais acessível e adaptado para festivais, incorporando elementos do EDM e Electro House. Artistas como Chris Lake, Martin Ikin e John Summit começaram a produzir faixas com uma estética mais ousada e extravagante, refletindo as tendências da música eletrônica moderna.

Conclusão

A jornada do Tech House, desde suas raízes underground até sua ascensão global, reflete a constante evolução da música eletrônica. O gênero se adaptou e se reinventou várias vezes, absorvendo influências de vários estilos e criando uma paisagem sonora diversificada que continua a inspirar e a entusiasmar as pistas de dança ao redor do mundo

fonte: https://www.beatportal.com/features/beatports-definitive-history-of-tech-house/

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Equipe TUNTISTUN

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