_KEY conta sua jornada na música eletrônica

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_KEY é um DJ da nova geração que está se destacando pela pesquisa musical. Já se apresentou em várias festas de Brasília e hoje é o convidado do TUNTISTUN.

TUNTISTUN: Grande _Key, tudo bem? É uma alegria fazer essa entrevista com você que é um dos novos talentos da cidade. Vamos falar um pouco da sua trajetória, beleza?

_KEY: Olá Gui,  tudo ótimo. Agradeço o convite. É uma grande honra poder participar desse projeto lindo que tem fomentado a cena eletrônica de Brasília. Vamos lá Gui!!

TUNTISTUN: Vamos falar um pouco do início de tudo? Conte mais sobre você, onde nasceu e como foi sua infância e adolescência?

Eu sou natural de Anápolis. Minha infância/adolescência foi dividida entre Goiás e Brasília. Tive uma infância muito tranquila e ativa, eu gostava de andar de bicicleta, jogar bola na rua, brincadeiras de pega-pega, pique esconde e também um apaixonado por videogames.

 E desde novo eu sempre fui muito curioso, tudo o que havia de diferente, estava lá eu metendo a mão. Eu aprendia as coisas com muita facilidade, logo, isso me tornava mais curioso ainda. 

Uma parte da minha pré adolescência, morei no interior de Goiás, em uma cidade onde os jovens começavam a sair muito novos, lembro que com 12 anos eu já frequentava festas com carros de som, festas que eram no estilo Abelvolks. Aquilo pra mim foi o inicio de tudo, pois dali fui conhecendo um pouco mais sobre musica eletrônica.

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TUNTISTUN: Você sempre foi um cara ligado em música desde cedo? Qual sua relação com a música na sua juventude?

A música sempre fez parte da minha vida. Quando criança nas reuniões de família, era muito comum ter o momento em que se colocava a música “Dance” e ali fazíamos uma rodinha onde todos tinham que entrar no meio e dar o melhor dos seus movimentos e sempre dançávamos muito, era muito bom. Já na minha juventude eu ouvia Hip-Hop, Sertanejo, Pop, Funk e um pouco de eletrônica.

TUNTISTUN: Quando e como você descobriu a música eletrônica?

Essa é uma história engraçada. Eu descobri o que era um Dj e a música eletrônica de uma forma inusitada. Meu irmão mais velho assinava a antiga marca de revista “Playboy”, nas revistas havia muitas matérias sobre variados temas e lembro que havia uma matéria sobre o Fatboy Slim em que dizia que ele acabava de ganhar um prêmio de melhor Dj. E meu irmão tinha um cd nessa mesma época com algumas músicas dele como: “The Rockafeller Skank”, “Right Here Right Now” e “Wonderful Night”. 

Esse foi o meu primeiro contato com a Dance music. Mais a frente eu comecei a ouvir muito Psy trance e djs como: Skazi, Infected Mushrrom, Talamasca e Astrix. Daft Punk que não posso deixar de mencionar, fez parte da minha adolescência e ditou uma época muito boa da minha vida. 

Mas o dj que me fez ser um grande apaixonado por música eletrônica foi: “David Guetta”. Eu era muito fã dele hahaha. É importante ressaltar a relevância que o Dj do Main Stream tem na captação de novos consumidores de música eletrônica, que consequentemente uma parte desses ouvintes será consumidora da música Underground.

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TUNTISTUN: Quais foram suas primeiras festas e Djs que te abriram os olhos?

Minha primeira festa de música eletrônica foi o Federal Music, cheguei a ir em algumas edições. Eu era muito fã de EDM, gostava de ouvir David Guetta, Hardwell, Martin Garrix, etc. Mas ouve um hiato onde eu não consumia mais Dance Music, por não ter dentro do meu círculo de amigos, pessoas que gostassem assim como eu. Logo acabei dando uma esfriada. Eu ouvia algumas coisas isoladas, mas não havia tanto interesse mais.

 Em 2018 tudo mudou quando passei a frequentar novamente algumas festas de música eletrônica como: Só Track Boa, Stereo, Low Club e outras. Até que um dia fui em um 5uinto Next Level a convite de uma amiga minha, a line era formada apenas por mulheres, lembro que a line era: Rayssa, Perrelli, Anna e Eli Iwasa. Aquela noite foi muito épica, pois até então eu não sabia diferenciar os gêneros e descobri ali o que era Techno e a também o que era a cena underground. Tudo mudou naquela noite. A partir dali eu comecei a pesquisar tudo o que existia de Techno e tudo sobre a cena underground de Brasília.

 Minha primeira festa nos espaços de ocupação da cidade foi a “Balada em Tempos de Crise”, ali tive outra injeção de amor pela cena underground. Lembro que no dia a Babi aka Sukhjeet. Ela estava tocando uma Housera braba e me recordo que não havia grades na frente da mesa de dj, quando eu vi aquilo e toda aquela multidão de gente, vibrando com a música eu pensei comigo: “Esse é meu lugar”.

Costumo dizer para quem está próximo a mim que a música eletrônica me transformou. Me fez uma pessoa melhor, mais aberta a variados temas, me fez vivenciar situações incríveis de emoções na pista, me trouxe amigos, me trouxe maturidade e me trouxe novos sonhos. A música eletrônica tem o poder de transformação e a cada dia só coisas boas me acontecem por conta dela. Existe um Kesley antes e um Kesley depois da música eletrônica.

TUNTISTUN: E logo que você gostou da música decidiu ser Dj? Como foi esse caminho?

O caminho para a discotecagem não demorou muito a chegar se levarmos em consideração que minhas primeiras festas foram em 2018 e hoje já dou meus primeiros passos na carreira como Dj. Mas o desejo por discotecar surgiu nos afters da vida, lembro que ao sair das festas sempre tinha algum after e ali o contato com uma galera super talentosa me motivava e me deixava instigado a aprender. Eu ficava ali na beirada da cdj olhando e perguntando tudo o que a pessoa fazia ao tocar hahahah. 

Eu me juntava com o Diego aka DFTS (que foi meu professor) e ele começou a me ensinar a como tocar e aquilo foi entrando na minha cabeça e o desejo em aprender mais e me tornar um dj aumentava a cada dia.

 Nem sempre eu tinha como treinar, então eu baixei um app de Discotecagem no celular e por muito tempo eu treinei tocando no celular. Fazia minha pesquisa e gravava tudo ali no celular. Até que em dezembro de 2020 eu decidi que era isso o que eu queria e o que me completava como pessoa. Juntei uma grana vendendo minhas férias no trabalho e com algumas outras fontes eu consegui comprar meu próprio setup. Ai a coisa tomou outro rumo e tudo começou a fluir.

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TUNTISTUN: Conte um pouco do seu som e de suas influências como DJ?

Eu sou uma pessoa que carrega no case muita diversidade, sou muito mente aberta com sonoridades. Gosto de músicas que carreguem uma percussão marcante, com um bassline bem construído e que me traga emoção ao ouvir. Atualmente minhas pesquisas estão focadas no Minimal, DeepTech, Electro, Breaks, House e Micro House.

São minhas influências Big names como: Ricardo Villalobos, tINI, Gene on Earth, Herodot, SIT, Marco Carola, Direkt, Priku e Traumer. Temos grandes nomes brasileiros em exponencial dentro da cena Minimal e que são referências também para mim, por exemplo: Arthus, Marco Castro, Royce Laroca, Allan Blue, Filipe Rodrigues e TrueCall.

TUNTISTUN: E o que você gosta de transmitir nos seus sets?

Eu procuro transmitir em meus sets aquilo que eu busco quando estou na pista: Emoção e Alegria. Procuro instigar no ouvinte algo sensorial, como se uma história seja contada, logo então busco fazer com que esse ouvinte navegue em um misto de emoções, introspecção e explosões de alegria.

TUNTISTUN: Quais Djs da cidade você acha que precisamos ficar atentos por serem talentosos?

Tenho ouvido o som de algumas pessoas aqui em Brasília, cada uma dentro de uma personalidade sonora muito bem construída e que encanta ouvir. 

Anachuri, Guilherme S, Avec aka Julia Portilho, Isa49, Dani, Nana Benites e o Jhonat são uns dos nomes que vem surgindo com força e muito trabalho na cena.

Brasília é uma cidade rica em diversidade e talentos. Me encanta ver como somos uma cidade com alto potencial para estar revelando de forma cotidiana novos artistas. É preciso dar espaço e incentivo para esses talentos que estão chegando e para aqueles que tem o desejo de começar. Uma cena plural e que abraça seus talentos, carrega consigo representatividade. Fator importante para a fomentação e crescimento da cena como um todo.

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TUNTISTUN: O que você acha da pista de Brasília?

 Ahhh!!! A pista de Brasília é QUENTISSÍMA!! Acho incrível em como temos o privilégio de fazer parte dessa pista. Vejo uma diversidade muito boa nas festas, sempre uma pista muito democrática, que é apaixonada pela música, que se respeita e que respeita a individualidade do outro também. Vale sempre ressaltar que na pista (e na vida também), tudo o que queremos é ser livres de julgamentos, o que importa ali é a música e nosso amor por ela. 

Em tempos sombrios como esses dos quais estamos passando, ver que em Brasília somos uma pista RESISTENTE a esses tempos sombrios e que usamos a pista como forma de expressão dessa resistência é muito foda e traz um baita orgulho! 

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TUNTISTUN: Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?

Flamant Rouge: Heterodoxy

Chuva em copo de leite: Deleite

Ritz: Jo`s Birth

Arthus: Cortina de Fumaça

Cosmjn: Cold Touch

TUNTISTUN: O que te encanta atualmente ao escutar um som?

Me encanta um som que haja percussões bem construídas, influências de eletro e Breaks. Essa referência aos anos 80/90 nas músicas é algo que tem me encantado no momento e estou buscando começar a reproduzir nos meus sets.

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DJ Oblongui

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