Felpasz fala da potência que é poder se reinventar – 2022
O artista abre o leque para sub-vertentes como Tech House e Progressive House, além de gêneros como Pop e Electro
por Redação
“Na vida do músico, todo dia é um aprendizado. Não tem data de término. Então primeiramente sempre evoluir a cada dia”. Nas palavras de Felpasz, codinome artístico de Lucas Cavalcante, fica evidente seu apreço pelo processo. E que processo! Nascido no Maranhão, logo na infância ele foi levado para os EUA, onde se conectou com uma abrangente cultura musical.
Voltando para o Brasil, não parou; tomou base em diversas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Vitória e Ribeirão Preto, até parar em São Paulo, onde conduz seu projeto de dance music em torno de sons atribuídos a vertentes como House, Electro, Pop, Tech House e Progressive House. Antes disso, entretanto, já bebia de fontes do Jazz, Rock e música clássica.
Ao todo foram quase 20 anos de inserção profunda na música para Felpasz. Ele embarcou em aventuras musicais com outros artistas de gêneros divergentes do dance, como compositor, produtor musical e arranjador. Foi também professor de música e, diante de sua nova faceta de carreira com a dance music, conversamos com ele.
[TUNTISTUN] Oi, Lucas! Conta pra gente sobre esses vários lugares onde morou. Por que mudou-se tanto?
[Felpasz] Oi, pessoal! Na época, meu pai trabalhava na parte administrativa de uma grande mineradora brasileira que tinha várias subsidiárias em muitas cidades do país e em algumas cidades dos EUA e Europa. Isso me deu uma oportunidade bem legal de ter alfabetização em inglês. Me considero sortudo de conseguir compor em inglês com naturalidade. Vem até mais fácil para mim, pois só fui aprender português aos 6 anos de idade. Língua difícil, tenho dificuldades até hoje!
Como músico e como pessoa, como essa vivência entre cidades influenciou seus caminhos?
Me obrigou a adaptar e ser eclético muito rápido. Nos Estados Unidos tinha de tudo, principalmente rock e música pop. Já no Maranhão, pouco disso e mais reggae e rave, que estava bombando na época (principalmente psytrance). Nas grandes cidades sempre tem diversas cenas, mas aqui em São Paulo tive oportunidade de ver de tudo.
Numa sexta-feira, por exemplo, eu e a turma poderíamos começar num pub, que tocava de tudo, depois conferir um samba na vila madalena, depois poderia rolar um club legal (orçamento permitindo ou nome na lista, claro) e de quebra terminar na D-EDGE até o amanhecer. SP permite fazer umas aventuras assim (na época nem tudo estava tão inflacionado)
Da melhor forma que você puder, como você descreve seu som hoje como FELPASZ?
Em todos os projetos musicais na qual sou responsável pela direção, sempre tenho como objetivo proporcionar uma experiência auditiva forte e única, ao ouvinte. Tento sempre, ao máximo, colocar letra, melodia e batidas marcantes nas minhas produções. Quando produzo, luto ao máximo para ter um nível de excelência de forma que a produção não fique atrás das produções internacionais. Além disso, toda track que faço tem uma história, experiência, ou emoção que eu gostaria de transmitir.
Se eu puder resumir numa frase: tracks de alto valor de produção, feito com muito carinho a atenção para letra, melodia e timbres, e que causará um impacto num show ao vivo, num ouvinte antenado e no ouvinte casual
Conte para nós algumas experiências, de qualquer natureza, dentro ou fora dos clubs, que tenham sido cruciais para sua decisão de seguir com a música eletrônica.
Tenho inúmeras experiências que posso citar: Meus passeios pelas raves, ainda adolescente, naquela época que rave acontecia com muita frequência. Minha viagem maluca acampando no Tomorrowland na Bélgica, onde fiquei num local bem perrengue quase comendo lama. Minhas audições focadas, sob estado alterado de consciência (rs), da discografia dos meus artistas favoritos.
E principalmente, a experiência de materializar os sons que eu ouço internamente, para o mundo real e o aprendizado maravilhoso do processo de criação musical. Poucas felicidades se comparam como sentar no piano e brincar com um acorde ou melodia e ver a semente da ideia virando uma track completa.
Qual você diria ser o seu principal desafio atualmente?
São tantos… Um desafio recente é encontrar outros artistas, cantores(as) e instrumentistas que pensam um pouco que nem eu e tenham objetivos artísticos parecidos.
Mostre-nos cinco faixas de dance music que foram emblemáticas na sua vida.
Lady (Hear Me Tonight) – Ouça aqui
Swedish House Mafia – Don’t You Worry Child – Ouça aqui
Infected Mushroom – Muse Breaks RMX – Ouça aqui
Major Lazer – Lean On – Ouça aqui
deadmau5 – Strobe – Ouça aqui
O que pretende mostrar, daqui em diante, para a audiência que você vem construindo?
No momento estou com quase 10 produções avançadas, em fase de finalização para mostrar para os selos. E se depender unicamente de mim, pretendo mostrar: As tracks mais criativas, mais divertidas e mais “pancada na cara” que eu puder fazer!
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