Demetria: Talentosa e Dedicada conta sua história na música

Demetria: Talentosa e Dedicada conta sua história na música

musica eletronica brasilia Demetria
Foto: @by_bbella

TUNTISTUN: Tudo bem? E uma alegria fazer essa entrevista com você. Eu vejo claramente que você tem talento demais e espero que conquiste tudo o que sonhou.

DEMETRIA: Tudo tranquilo por aqui. E contigo? Valeu, obrigada pelo convite para essa entrevista!

TUNTISTUN: Me conta um pouco de você, quantos anos você tem, como foi sua infância?

Meu nome é Cíntia, muitos chamam de Cici e até prefiro assim. Tenho 25 anos. Moro em Planaltina de Goiás. Sou formada em Cinema. Estava trabalhando com projetos culturais relacionados ao audiovisual antes da pandemia começar, rs. Amo ler, cozinhar, plantar, dançar, pintar… minha vida gira em torno de atividades criativas. Tive uma infância muito divertida, pra mim qualquer coisinha era motivo pra brincar e festejar (acho que nada mudou, nesse aspecto!). Fiz aulas de dança contemporânea até uma certa idade, eu era apaixonada por performar em eventos da cidade e da escola em que estudei. Fui uma criança muito divertida.

TUNTISTUN: Sempre foi ligada em música?

Cresci com meus pais ouvindo música o tempo inteiro. Minha mãe é filha de um cantor sertanejo, também canta e toca alguns instrumentos. Já meu pai sempre trazia discos novos e animados pra dentro de casa. Dentro das minhas maiores lembranças de infância estão várias cenas dos meus pais fazendo churrasco, lavando a casa e o carro enquanto o som tava ligado no maior volume. Conforme fui crescendo, fui me apaixonando por rock, metal e afins. Lembro que quando completei 12 anos conheci o Last.FM e comecei a pesquisar freneticamente sons novos. Organizava todos os meus álbuns em pastinhas, de acordo com gêneros e vertentes.

TUNTISTUN: Quando descobriu a música eletrônica?

Essa pergunta me tirou uns sorrisos. Acho que por volta de 2003/2004 meus pais compraram um aparelho de som, que na época tava “na moda”. Era do Luciano Huck e ele vinha com um CD escrito algo como “As 100 melhores do dance music”. Ouvi tanto que depois de um tempo meus pais não aguentavam mais ouvir esse CD. Minha maior diversão era desligar as luzes da sala, ligar o som e ficar dançando até cansar. Com uns 15 anos, conheci uma amiga que me apresentou Dubstep e daí comecei a pesquisar música eletrônica por conta própria.

TUNTISTUN: E quando e como decidiu ser DJ?

Eu já tinha vontade de discotecar antes mesmo de frequentar a primeira rave. Mas era algo que ficava só no campo das ideias, sem perspectiva de quando eu realizaria aquele desejo. Em 2018 num rolê em Goiânia eu tive a oportunidade de ver amigo tocando, o DJ Sabará. Achei doido demais observar como ele manuseava os equipamentos e lembro de pensar “preciso concretizar essa ideia”. Nesse mesmo ano, eu conheci o BECO ELÉTRICO e me apaixonei pelas raves, nunca tinha vivido nada igual! Em uma daquelas noites eu tive certeza que já tava passando da hora de discotecar.  Alguns meses depois mandei uma playlist pra um concurso da 5uinto e ganhei um curso de discotecagem. Até hoje foi o dia em que mais chorei de felicidade na vida.

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Foto: @by_bbella

TUNTISTUN: Quais foram os (as) primeiros (as) DJs que você olhou com atenção?

Sem dúvida a primeira DJ que eu olhei com atenção foi a Cxxju. Nunca vou esquecer de uma SNM que aconteceu ao ar livre, em julho de 2018. Lembro de olhar ela tocando, parecia que ela tava se divertindo muito e consequentemente levando a galera à loucura junto. É uma grande referência pra mim. Ela, a PAL, o EPIA72d (não me esqueço de um set dele numa SNM em 2019 que acabou com minhas pernas de tanto dançar), a Athena, a Malu, o Ahmed, o Data Assault… esses tocaram os primeiros sets que marcaram minha vida.

TUNTISTUN: O que você conhece da história do passado da música eletrônica de Brasília?

Pra ser bem sincera, não conheço profundamente. Sei de alguns nomes, momentos, lugares, festas… Eu vim conhecer a vida noturna de Brasília apenas em 2016. Antes eu só saía aqui na cidade onde eu moro. Tô tendo a oportunidade de me aprofundar nessa história agora, através dos conteúdos que o DJ Oblongui cria e também por conversar com alguns DJs mais experientes que tenho me aproximado.

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Foto: @by_bbella

TUNTISTUN: O que na sua visão a cidade precisa ainda desenvolver?

Falando sobre a vida noturna, penso que criar espaço para uma diversidade sonora seria algo que contribuiria muito culturalmente. É possível observar uma segmentação em vários rolês, funcionando mais ou menos assim: festa em que toca House, vai tocar só House e no máximo um Techno; festa que só toca Techno pode rolar um Tech House e no máximo um Electro etc. Também costumo refletir que existem outros espaços além do Plano Piloto que poderiam ser ocupados.

TUNTISTUN: Você é do tipo viciada em música? Escuta muita música em casa, no fone, como é sua relação com a música?

Eu diria que sou viciada sim, porque se fico sem música começo a me sentir mal. Sempre tive o hábito de ligar o som minutos depois que acordava. Houve uma época da minha vida em que eu ouvia música o tempo inteiro, praticamente sem interrupções. Mas com a pandemia, comecei a refletir sobre como o silêncio e as pausas entre as atividades são importantes. Tenho praticado criar espaço entre os álbuns e tracks que eu ouço durante o dia, separado momentos pra apreciar com total atenção aquilo que estou consumindo. Sinto que dessa maneira me conectei ainda mais com a música.

TUNTISTUN: Quais artistas mais te influenciaram?

Badsista, Freeky, PAL, Blackat, Xiao Quan, Saskia, Nara Vaez, D3lcu, Baitz, DJmtn9090, Bonina, Miss Tacacá, LCY.

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Foto: @fercoutinho

TUNTISTUN: Quais as maiores dificuldades você enfrenta na sua carreira?

A maior dificuldade que eu enfrento é morar longe de Brasília e o transporte público daqui pra lá ser um pouco inacessível.

TUNTISTUN: Você acha que Brasília tem uma cena legal?

Eu gosto da cena de Brasília. Apesar de conhecer há apenas 3 anos eu cheguei à observar um pouco de desunião em alguns momentos. Mas sinto que nos aproximamos bem mais no meio dessa pandemia, apesar de estarmos distantes das raves. Louco, né?

TUNTISTUN: Você, mesmo bem nova, conquistou o respeito de muita gente na cidade, diz pra quem ta querendo se aventurar nessa vida, o que é importante de verdade?

O que importa, pra mim, é sempre se lembrar dos seus próprios valores (muitos podem tentar te afastar da sua própria verdade) e se divertir, de coração, com aquilo que você toca. Afinal de contas, rave pra mim é sinônimo de diversão.

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Foto: @fercoutinho

TUNTISTUN: Sair de Brasília sempre passa na cabeça de alguns, passa isso na sua?

Tenho vontade de ir pra MG. Ficar ali pertinho de SP, poder tocar com maior frequência em rolês que admiro muito. Mas ao mesmo tempo, tenho um carinho muito grande por pessoas e eventos de Brasília e sinto que existe um grande potencial de revolução nessa cena. Não deixo de sonhar.

TUNTISTUN: Quais DJs da cidade precisamos ficar atentos?

Ouvi boatos que as integrantes do Coletivo BRUTA são potentes, viu? DEMETRIA, SLOW, ALXK e ARMENIA estão prestes à botar fogo no salão. Rs! Brincadeiras à parte, toda a galera iniciante, no geral, tem mostrado trampos incríveis. Destaco nomes de DJs que ouvi o trabalho recentemente e botei muita fé: Giograng, V1TU e DJ Moranga.

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DJ Oblongui

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