Ramiro Galas: Conta toda sua aventura na música

Ramiro Galas: Conta toda sua aventura na música

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Ramiro Galas: Conta toda sua aventura na música

Ramiro Galas é apaixonado por música, e é um produtor de mão cheia e orgulho e referência nacional. Hoje ele abre seu coração para o TUNTISTUN.

TUNTISTUN: Oi Ramiro, tudo bem? É uma alegria fazer essa entrevista com você, que é um dos grandes talentos da música da cidade, vamos falar um pouco disso hoje?

RAMIRO GALAS: Demais, galera! Eu que agradeço o convite a atenção!

TUNTISTUN: Fala um pouco do início de tudo, me conta um pouco de você, onde nasceu e tal, conta pra gente como foi sua infância e juventude?

Eu sou nascido e criado em Teresina-PI. Vim para Brasília em 2002, com 15 anos, acompanhando meus pais que vieram trabalhar aqui. Tive uma infância muito boa. Teresina é uma pequena capital, assim pude andar descalço pela rua, subir em muita árvore, brincar na rua, conhecer cada bicho e cada viela do meu bairro, que na época era meu mundo. Na adolescência começou aquele sentimento de se sentir diferente, não se encaixar e foi nessa época que a música apareceu pra mim. Tive banda na escola e confesso que nem sei exatamente quando eu me dei conta que queria fazer música. Quando me mudei pra Brasília, sem meus antigos amigos, tudo parou, até conhecer novos amigos e um dos melhores deles me mostrar um programa de computador que “você poderia ser a banda inteira”. Tudo isso misturado ao deslumbre da recém-descoberta da música e de uma cena eletrônica em Brasília. Como fui pai muito cedo, desde esse passado recente sigo tentando equilibrar música, day job, família, paixões, enfim, essa equação muito louca que é a vida.

TUNTISTUN: O que você escutava quando criança e adolescente?

Olhando pra trás agora vejo foram várias fases, cada uma com seu momento, e depois de fusão entre todas, sei lá. Tive a fase rock, incluindo grunge, punk, metal; depois a fase erudita, com muita “música clássica”; a fase bossa-nova, com muito João Gilberto; a fase tropicalista, com muita tropicália, a fase raver, com muita música eletrônica.

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TUNTISTUN: A música sempre foi algo forte em sua vida? Vem de uma família musical?

Com certeza! Meus pais não são instrumentistas, mas são definitivamente pessoas musicais. Cresci rodeado de muita música boa: lembro de manusear vinis quando bem pequeno, da coleção de CDs da casa, as tardes de fim de semana que tocavam de Itamar Assumpção a George Benson, daí você tira. Sem contar que sempre me apoiaram e apoiam nesse sonho maluco de tentar viver desse ofício.

TUNTISTUN: E a dança? Você foi ou é, um cara da pista? Ou é realmente um cara da produção musical? Você curte dançar também?

Adoro festa! A gente faz música tanto pra ouvir de boa quanto pra ouvir bem alto junto com um monte de gente. Quando o som tá bom, eu ligo o “modo raver” e não vou embora nem que a porra.

TUNTISTUN: Você vem de uma formação acadêmica em música, conhece tanto a teoria como a prática, com a evolução do mundo e principalmente dos equipamentos e softwares, o que alguém que está iniciando na aventura da produção precisa realmente saber? O que vai encurtar o caminho deles?

Saber que não existe atalho. Nossa principal ferramenta de trabalho é o ouvido, e não tem como você desenvolvê-lo do dia pra noite. Produção musical é um ramo bastante interdisciplinar, então vale estudar sobre a teoria, a prática e a história de tudo envolvido nessa profissão. Resumindo, você precisa desenvolver uma “cabeça” de produtor musical, reconhecer uma boa ideia e saber levá-la até o fim; e isso só com trabalho, tentativa, erro, experiência e, claro, tempo.

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TUNTISTUN: Conheço alguns produtores que não são Djs, mas são poucos. Alguns fazem o caminho de DJ para produtor, e você, nunca pensou em fazer o oposto? De produtor para DJ? Ou discotecar nunca foi um desejo, a curtição é fazer o seu som?

Em algum momento dessa jornada dentro da música eletrônica, eu, que vinha de um contexto de banda, logo me encontrei naquilo que chamavam de “produção musical”. Nessa época, o caminho que me pareceu claro era “quem produz, faz live” e nessa eu segui, foquei em conseguir organizar uma apresentação e ganhar experiência conseguindo tocá-la. Nunca pirei de ser DJ efetivamente porque precisa treinar as transições, juntar repertório, buscar alguma espécie de identidade sonora para seus sets, enfim, coisas que na produção me vinham naturalmente. Ou seja, ser DJ parece uma coisa que dá mais trabalho, acho que por isso eu dou muito valor para um bom DJ set e quando o som tá bom eu ligo o “modo raver” mesmo.

TUNTISTUN: Antigamente (na década de 90) produzir música eletrônica no Brasil era muito difícil, era o início dos softwares e mesmo assim ainda precisava de uma máquina robusta e não tinha muita informação disponível em tempos de pré-internet. Hoje em dia com o que já da pra começar a tirar um som? Quais equipamentos?

Depende das intenções musicais, se a pira é fazer música eletrônica, você precisa de um bom computador e boas caixas de som. O lance é: quanto mais “cabeça” de produtor musical você tiver, mais fácil vai ficar, menos equipamento você vai precisar e melhor você vai usar os equipamentos que você tem.

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TUNTISTUN: Vamos falar um pouco do seu projeto, o Forró RED Light. Quando começou o projeto, quem é o seu parceiro nessa aventura de levar esse jegue pelo mundo e por onde já foram, quais histórias legais já viveram? Hora de falar desse maravilhoso projeto!

Iraaado! Cara, o FRL veio dessa constante busca de experimentar! Eu, que estava desencantado com a cena eletrônica local da época, queria buscar outras sonoridades. Comecei a me abrir para trabalhar com compositores, cantores, instrumentistas e a participar de diferentes coletivos e projetos musicais. Nessas andanças conheci Geninho Nacanoa, que já tinha na bagagem um trabalho como compositor, instrumentista, DJ e pesquisador de cultura popular, que jogou a ideia, “cara, a gente tem que fazer um forró eletrônico”. Em 2012, começaram os experimentos, a busca pela nossa sonoridade, a construção da apresentação e o puta trampo de tentar fazer esse projeto virar. Ficamos na batalha, vendendo nosso próprio peixe, até final de 2018, quando a gente tocou no festival Xama e nos aproximamos da agência Coral, que hoje ajuda a gente nessa vida errante do jegue! Cara, tem muita história boa: teve fim de semana que, na sexta, tocamos no Rio Grande do Sul, e sábado, no interior do Maranhão. Já fizemos a casa literalmente pegar fogo, a parede suar, em BH, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e por aí vai… Muitas andanças e sempre conhecendo muita gente maneira. Chega deu saudade agora…

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TUNTISTUN: Mostra aqui pra gente algumas músicas do projeto?

Clipe do single do novo ep que lança dia 22

Pre-order do novo ep que lança dia 22:

playlist spotify com TUDO já lançado:

TUNTISTUN: Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?

TUNTISTUN: Você que já tocou em vários lugares fora da cidade, o que você acha da energia da pista de Brasília?

Das melhores do Brasil. Acho que quem já viveu uma pista boa nos subsolos do Dulcina ou nos becos do Setor Comercial Sul sabe do que estou falando!

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DJ Oblongui

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