Entrevista com a DJ Aeva

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Entrevista com a DJ Aeva

Entrevista com a DJ Aeva

[TUNTISTUN] Oi Aeva, tudo bem? É uma alegria fazer essa entrevista com você que é uma das novas caras da cidade que vem se destacando pela vontade e pela pesquisa musical. E aí vamos falar um pouco disso hoje?

Vamos abrir esse papo falando do seu começo, conta um pouco de você, onde nasceu, se a música era parte da sua vida, se ela teve importância na sua juventude e adolescência?

[AEVA] Eu que agradeço e fico feliz demais pelo convite! Vamo nessa.

Eu sou natural de Belém do Pará mas saí de lá muito nova, meu pai trabalhava na marinha e quando eu tinha 2 anos de idade nos mudados pro Rio de Janeiro. Em 2012 vim parar aqui nesse cerradão.

Meus pais sempre tiveram o costume de ouvir música. Todo domingo eu acordava às 8 da manhã com minha mãe fazendo comida e a música no talo, então acabei desenvolvendo o gosto por música. Lembro de ir visitar minha família em Belém e amar ouvir tecnobrega em todo canto da cidade que a gente ia. 

O final do ensino fundamental e início do ensino médio foram péssimos pra mim. Eu fui aquela adolescente isolada, sem muitos amigos e que amava passar horas do dia e noite jogando. Foi nessa época que eu comecei a me identificar intimamente com a música, dai virei uma rockeirinha que amava um barulho mas ouvia de tudo no off.

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[TUNTISTUN] Quando e como você descobriu a música eletrônica?

Na adolescência eu dançava freestep (kkk), o que me fez conhecer e curtir demais ouvir música eletrônica, mas quando me mudei pra Brasília acabei meio que deixando de lado. Quando eu tava cursando Biologia gostava muito de ouvir um trance, mas resgate desse sentimento veio em 2018 quando comecei a fazer parte da ballroom. O processo de sentir a música pra se expressar através da dança me tocou muito e desde então venho me aprofundando.

[TUNTISTUN] Quais foram suas primeiras festas e Djs que te abriram os olhos?

Eu comecei a colar com mais frequência no rolês no final de 2019, aí no início de 2020 veio a quarentena com a pandemia e eu fiquei só em casa na ânsia de curtir e acompanhando tudo online. Sempre curti demais o som da Giograng, Slow, Data Assault, mas têm vários outros DJ’s e amigos que se tornaram referência pra mim conforme fui conhecendo e acompanhando o trabalho deles.

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[TUNTISTUN] E mais recentemente você decidiu virar DJ. E aí, um novo mundo se abriu? Como tem sido pesquisar música com o intuito de levar para uma pista de dança?

Yessssss. Tenho curtido demais aprender a ter esse olhar mais técnico e detalhado/cuidadoso sobre o caminho que é percorrido até termos set pronto ali rasgando uma pista. Sinto que é um processo de autoconhecimento e que montar um set é materializar momentos disso tudo. É pra um público mas é muito pessoal também.

[TUNTISTUN] Estou sabendo que você está participando de alguns projetos, conta pra gente as festa que você vai participar nesses próximos dias?

Dia 30/09 vou pra minha segunda gig em uma rave-vernissage que vai acontecer no Espaço Galleria, no CONIC, e no dia 01/10 vou tocar na Afete-se IN&OUT, produzida pela Afete-se, coletivo que comecei a fazer parte nesse mês. Tava com saudade de produzir evento e tô amando muito esse novo caminho aberto.

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[TUNTISTUN] Diz para gente 5 músicas que te marcaram no início da sua descoberta da música eletrônica?

DJ Reiz – Dance Machine 96

Wachita China, Sandibar – D1e and Repeat (Sansibar Suelo Mix)

Lacchesi, Mac Declos – Lettre de Lacchesi et Mac Declos à Chlar

Bours? – Horn of The Harad

Estella Boersma – Multipass

[TUNTISTUN] Esse processo de gostar de música e virar DJ não é fácil, eu sei, mas quais são as barreiras que você tá percebendo que são mais complicadas para entrar para uma DJ iniciante?

Sinto que a primeira barreira é sempre financeira. Conseguir pagar um curso, comprar material, música… tive sorte de unir a minha vontade com pessoas que apareceram na minha vida e estavam dispostas a somar junto comigo. Meu amigo Léo aka Encanto foi muito importante nesse start por que eu não sabia nem por onde começar. Uma outra dificuldade é as pessoas confiarem em você pra entregarem uma pista na sua mão, mas entendo que faz parte do caminho individual de construção da personalidade do som e de inserção na cena.

[TUNTISTUN] Quais Djs da cidade você acha que merecem a nossa atenção?

Além dos DJ’s que eu já citei anteriormente, tem a Armeniatek que eu acho muito cabulosa tanto na produção quanto nos sets. O Encanto que eu admiro muito a técnica e cuidado que ele tem mixando, sempre me impressiono. O DJ Oblongui que tem a dualidade entre o house gostoso e clássico e o techno pesadão que muda a energia do ambiente. A Leriss que tem uma energia incrível na pista e amassa demais. A Úrsula que é referência na ballroom pra mim e tem uma pesquisa fina. São muitos mas vou deixar esses aqui.

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[TUNTISTUN] Fala um pouco das suas influências musicais, o que você busca no seu som?

Gosto muito de músicas com graves bem marcados e acelerados, sons com características mais antigas, vocais, desde um house mais energético à um techno com bastante groove. Curto muito a dualidade entre os sons que te fazem abrir um sorrisão no rosto e os que dão vontade de fechar o olho e sentir, então tenho explorado isso nas minhas pesquisas pra construir minha narrativa.

[TUNTISTUN] Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?

Ghetto 25 – Fitness Tool

Stimulant DJS – Hoover Time (Original Mix)

Lucass P – In da Hood

Maara – Ultimate Reward

CucaRafa – Let Me Tell You

Escute o set da Aeva : https://soundcloud.com/midwm/cortex-ep08-aeva

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DJ Oblongui

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